Salvador Dali
Que ruído me devolveu o insulto
de espelhos quebrados junto à pele?
Na insónia confidente,
um relógio parado marca o caminho do inverno,
onde os poetas começam a morrer.
Aquém do frio paira uma brisa repousada
e uma bandeira branca irrompe da garganta,
esculpindo a rendição da alma.
Graça Pires
de espelhos quebrados junto à pele?
Na insónia confidente,
um relógio parado marca o caminho do inverno,
onde os poetas começam a morrer.
Aquém do frio paira uma brisa repousada
e uma bandeira branca irrompe da garganta,
esculpindo a rendição da alma.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
26 comentários:
o relogio parado marca aquilo que queremos...
gostei deste poema algo dúbio, algo poema agri-doce...
beij
Genial e brilhante amiga:
Relógios parados sem "bússola" condutora do tempo que não volta mais.
Os poetas?
Esses, uma bandeira branca imposta por si transmitem doçura e encanto na rendição inexistente da sua linda e terna Alma gigante.
Os seus maravilhosos poemas surgem e perduram, surgirão e perdurarão, sempre, acredite?
Nem que seja somente eu a lê-los.
OBRIGADO, linda poetisa!
Beijinhos amigos de deslumbre
pena
Haverá sempre quem esqueça o relógio que comanda a vida.
Quando somos felizes até os relógios esquecemos pois o momemto presente é eterno.
Desejo uma boa semana repleta de poesia sentida.
Seja Feliz!
Cando témola percepción de que ata os reloxíos paran estamos viviendo un intre máxico...
Unha aperta linda.
:)
Graça, tenho dificuldade em comentar o poema. Ele verbera no meu cansaço, as palavras de penumbra e rendição. Se os poetas começam a morrer a caminho do inverno...
Deixo-lhe então este poema que uma amiga brasileira escreveu, "em nome das nossas esperanças no futuro", disse-me ela.
esfera
em calendários suspensos
o armário guarda um passado
que já não veste o presente
mas a estação tece a espera
a retomar fios soltos
num bordado paciente
na esfera sem saída que é o mundo
a história recomeça a cada instante
:era outra vez uma vez
Adelaide Amorim
http://www.inscries.blogspot.com/
Um beijo e votos de uma boa semana.
a ilusão de que o tempo poderá também parar quando os ponteiros cessam, sabendo nós o quanto isso é difícil. um beijinho, graça *
alice
Esta "bandeira branca" ainda ecoa como que martelando o tempo e os seus imponderáveis. Muito belo.
Um relógio parado marca percursos desaconselháveis. O Inverno, o fim de um ciclo, o frio...
Gostei muito do poema.
Beijinhossss
Sempre me pareceu haver um caminho onde os poetas começam a morrer!...
Cheio! O poema.
abraços!
"uma bandeira branca
irrompe na garganta
esculpindo a rendição da alma"
Imagem fabulosa...verdadeira escultura de palavras!
Beijo.
Belos:
o poema e a imagem!
Beijinhos
Um relógio parado faz-nos viver o que vive. Tempo do sol.
Precioso querida.
E os poetas morrem sem se renderem.
Fico com um aperto na garganta.
Um abraço.
Embora perceba as tuas palavras, digo-te que o relógio parado pode ir ao relojoeiro, mesmo no inverno, embora as coisas não estejam fáceis, principalmente se o poeta morar numa "ilha" do interior...
abraço Graça
'Onde os poetas começam a morrer.'Adorei este poema. Beijos.
"uma bandeira branca
irrompe na garganta
esculpindo a rendição da alma"
...fluxo de paz, apenas para a deixar dormir serena...
Haverá outras horas, sempre.
Querida Graça,
Hoje não estou aqui para te deixar um comentário ao post, (há quanto tempo não o faço!) mas para divulgar um evento no qual poderás ter interesse em participar ou, pelo menos, dele ter conhecimento.
Trata-se do Concurso de Poesia 2008 organizado pelo Henrique Sousa e cujos detalhes podes encontrar no endereço:
http://horabsurda.org/moodle/course/view.php?id=30
Este é o site do concurso de poesia para 2008 do «Ora, vejamos...», administrado, conforme já referi, pelo Henrique Sousa e que conta com a colaboração preciosa de muitos dos seus amigos. Os contactos com vista à constituição do júri do concurso já terminaram e o júri está formado, com três elementos do fórum, sendo que dois pertenceram ao júri do concurso de contos do ano passado.
O concurso tem sido amplamente divulgado nos espaços pessoais de alguns membros do «Ora, vejamos...», colaboração sempre muito bem-vinda para divulgar qualquer evento do género.
O envio dos poemas para o concurso começou às 12 horas do dia 1 de Março e termina às 12 horas do dia 31 de Março, horas de Portugal Continental.
Beijos com saudade e carinho.
há momentos em que o silêncio toma conta do poeta, talvez o inverno possa ser essa metáfora...
beijinhos.
querida graça, venho pedir-lhe que faça o favor de ler o meu e-mail ou siga o link do meu comentário até à nova orquestra de serviço e escolha um instrumento :) beijinho
Há no relógio parado
um não sei quê de desgosto;
o tempo a passar, calado
a vida engelhando o rosto!...
Beijo Graça!
Maria Mamede
O tempo passa inexorável
em todas as estações
e renova-se
"...Que ruído me devolveu o insulto
de espelhos quebrados junto à pele?.."
Adorei este teu poema.
Jinhos mil
Lindo poema. Linda imagem.
Falar do tempo sem falar do tempo,
um mérito de poetas.
bjs.
Ju gioli
Adoro este quadro de Dali.
E apreciei também o poema, como não poderia deixar de ser.
Feliz Dia da Mulher!
A todas e a todos que me visitaram
pela primeira vez e às minhas amigas e amigos assíduos neste espaço, um muito obrigada e um beijo.
tempos difícieis. sem dúvida!
mas os poetas são "pedras vivas". apesar do frio.
gostei mto.
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