Luciana Abait
De Poemas, 1990
Quando, nos lábios, começa um continente,
suspenso no apelo líquido dos beijos,
há um barco que cresce nos meus olhos
e, entre búzios verdes, escrevo água.
Nunca a brisa se demora entre as dunas,
onde os barcos navegam sobre a espuma.
Tudo é secreto, se maio se repete
nas marcas da pureza recusada.
Um rosto ou um rio me fascinam,
quando a raiva e o sossego
me revelam a nascente
e, no meio das palavras,
procuro apenas um gesto
ou uma sombra.
suspenso no apelo líquido dos beijos,
há um barco que cresce nos meus olhos
e, entre búzios verdes, escrevo água.
Nunca a brisa se demora entre as dunas,
onde os barcos navegam sobre a espuma.
Tudo é secreto, se maio se repete
nas marcas da pureza recusada.
Um rosto ou um rio me fascinam,
quando a raiva e o sossego
me revelam a nascente
e, no meio das palavras,
procuro apenas um gesto
ou uma sombra.
De Poemas, 1990
5 comentários:
Mais um lindo poema, Graça. Parabéns.
A tua inspiração é inesgotável.
Um beijo.
No meio das palavras encontras de novo o teu sorriso, pois haverá sempre um rosto ou um rio que te fascinam... e nos teus lábios começa um continente!
Um BeojO!...
por vezes no meio das palavras encontra-se o que esconde a nascente.
(e a tristeza aparece)
boa tarde, bj
Maria Carvalhosa, obrigada. A tua simpatia é que é inesgotável. Um beijo.
A.S., sempre as palavras certas e lindas. Um abraço.
Teresa, a nascente pode esconder a tristeza, mas também esconderá a forma de encontrar a alegria? Um beijo.
Belíssimo poema.Sempre.
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