6.5.07

Quando maio chegou contigo


Para a minha filha Ana Isabel


Queres saber o quê, minha filha?
É que não encontro respostas
para as tuas questões.
Uma mãe não hesita. Não é negligente.
Usa sábias e vigilantes palavras.
Isto deve ser verdade.
Mas quando maio chegou contigo,
nenhuma sombra me avisou
do ansioso brilho dos teus olhos.
E agora ?


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

8 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muito de um poema de Caeiro em que ele refere o espanto inicial que a criança experimentaria se ao nascer soubesse que nascia. Acho que será quase o mesmo para as mães. Não há respostas prévias, cada filho um deslumbrado espanto, uma deslumbrante novidade: "E agora?" Gostei muito deste poema da Graça. E comoveu-me essa pergunta que o fecha: a perplexidade, a expectativa, o encantamento... A mãe também é uma menina à procura de respostas.

Soledade

Anónimo disse...

Obrigado Mãe! estou toda orgulhosa e feliz de ter um Poema só para mim é prenda linda! beijos!

Anónimo disse...

(gostava que a minha mãe tivesse escrito um poema assim para mim)*

Graça Pires disse...

É isso mesmo Soledade "a perplexidade, a expectativa, o encantamento". Depois nem tudo é fácil... nem tudo tem a resposta que desejámos... Gostei tanto do seu comentário. Um beijo.

Ana que bom teres gostado. Um grande beijo.

Alice, este seu comentário comoveu-me. Um beijo.

Paula Raposo disse...

Tão doce o poema! Beijos.

Teresa Durães disse...

gostei do poema! sendo mãe também aprendi (penso que rapidamente.. bolas!) que as tais sábias e vigilantes palavras afinal não estão assim tão à mão!

bom dia

jorge vicente disse...

Eu acho que este poema é fabuloso, com uma riqueza tão grande que acho que qualquer filha ficaria com esse brilhozinho nos olhos o resto da vida.

as cantigas do maio têm um novo significado. ainda mais belo que o anterior.

Jorge Vicente

Graça Pires disse...

Paula Raposo, obrigada por mais esta sua visita.Um beijo.

Sei o que sente Teresa Durães. Os filhos são uma imensa responsabilidade e não há sábias e vigilantes palavras que nos cheguem. Obrigada e um beijo.

Jorge Vicente obrigada. Também gostaria que ela, a minha filha, ficasse com um brilhosinho nos olhos para o resto da vida...Um abraço.