Amedeo Modigliani
De Labirintos, 1997
Jejuei sob o nome das coisas desejadas,
com a boca presa aos resíduos do medo
na secura dos olhos.
Herdei a nomenclatura dos vadios
e fico onde não sei,
à procura de tudo e de nada.
Apátrida. Sem rota. Terra ocupada.
O meu poema não cabe nesta angústia
de ter nos pés o funambulismo
litigioso dos sonhos.
Sobrevivo a todas as memórias,
mesmo às que definham no rosto dos velhos.
E a minha voz tornou-se tão plural como o silêncio.
com a boca presa aos resíduos do medo
na secura dos olhos.
Herdei a nomenclatura dos vadios
e fico onde não sei,
à procura de tudo e de nada.
Apátrida. Sem rota. Terra ocupada.
O meu poema não cabe nesta angústia
de ter nos pés o funambulismo
litigioso dos sonhos.
Sobrevivo a todas as memórias,
mesmo às que definham no rosto dos velhos.
E a minha voz tornou-se tão plural como o silêncio.
De Labirintos, 1997
8 comentários:
Excelente! Gostei imenso. Beijos.
Acho magnífico o título "tão plural como o silêncio", que é, de resto, a conclusão do poema. Escrita maior, a sua.
Parabéns por mais este post e pela publicação do livro.
Um beijinho.
"...Herdei a nomenclatura dos vadios
e fico onde não sei,
à procura de tudo e de nada..."
Mais uma vez obrigada Paula. Beijos.
Obrigada pela visita Mafalda. Que bom ter gostado do poema.Um beijo.
Maria Costa,obrigada pela visita. Espreitei "a luz do voo" e gostei bastante. As imagens e as palavras combinam bem, não é verdade? Um beijo.
Belo!
Um abraço
Gostei do poema
(mas não gosto de não lutar pelo que quero :) )
boa tarde
Obrigada Vítor pela visita. Um abraço.
Teresa, sim, acho que se deve lutar sempre pelo que se quer. Às vezes o que parece uma desistência é também uma forma de luta... Um beijo.
"...O meu poema não cabe nesta angústia
de ter nos pés o funambulismo
litigioso dos sonhos."
...como se na corda bamba, os sonhos ressaltassem e a realidade permitisse ao sonho voar e o silêncio pairasse, como espuma em maré cheia.
E em silêncio fico, saboreando o privilégio da sua Poesia.
Um beijo e boa semana ;)
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