Goya
Quero que me devolvam o meu riso.
Inocente ou perverso, pertence-me.
Ouço-o, ainda, pela infância
fora quando ecoa na remota
memória da alegria.
Ouço-o na hora
de desocultar segredos,
golpeando palavras
ou inesperados silêncios.
Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar.
Graça Pires
Quero que me devolvam o meu riso.
Inocente ou perverso, pertence-me.
Ouço-o, ainda, pela infância
fora quando ecoa na remota
memória da alegria.
Ouço-o na hora
de desocultar segredos,
golpeando palavras
ou inesperados silêncios.
Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008