Quando se abriga na memória dos barcos,
na superfície inquieta do mar
e sobrevive na plenitude dos mastros.
Quando se aprende a não perder o rumo
no momento em que rema,
assim que as aves fugazes
sopram segredos da noite dolorida.
Aí mora o silêncio.
Quem está distante da infância se guia pelas marés,
ouve de longe o timbre de sua voz nas águas,
clamando o próprio nome
nas viagens incertas dos marinheiros.
Na solidão da paisagem,
quando há algum naufrágio,
sempre volta a novembro,
onde vê a criança que foi.
Solange Firmino, 22 Nov. 2023
Este poema foi-me oferecido pela minha Amiga do Brasil, Solange Firmino, no dia do meu aniversário. Muito obrigada, Solange