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Sabem de cor a raiva extenuada
com que se repete: trabalho, pão,
trabalho, pão, trabalho, pão.
Nos seus olhos já não há, senão, um país
onde se nasce e morre, como quem cumpre
o exílio de uma pátria longínqua;
como quem conhece a orfandade do mundo;
como quem tropeça nas próprias cicatrizes.
Os seus pulsos sangrando de tanto desespero.
Graça Pires
De Ortografia do olhar, 1996