6.
Garimpar a luzde certas palavras mortiças
até ao doce sabor dos frutos de outono.
Cuidar dos laços que desataste
na minha tristeza,
dos que ataste na minha alegria.
Cantar.
Num alfabeto tão leve, tão breve,
como se nele pousassem apenas borboletas.
Um alfabeto que viesse acordar os homens
para o Sol que espera há séculos
a hora de nascer para todos.
Lídia Borges
In: Que farei com este azul que me beija. Braga: Poética, 2021, p. 18