11.
neste silêncio em que
te rezo. guerreira de um cântico sem tréguas. mendiga da luz.
entrego-te a palavra
assim simplesmente. simplesmente a recorrência de um silêncio a que nos
entrego. profeta e veneno mel sumptuoso. tudo o que é voraz e ao mesmo tempo
quieto. tão quieto
que pode ser dádiva. uma
e outra vez. todas em que seremos chão.
Isabel Mendes
Ferreira
In: O tempo é renda.
Lisboa: Labirinto de Letras, 2014, p. 028