Ana Pires Livramento
Como se possuísse um código
clandestino costurado na bainha
dos lábios para esquecer
o inútil ruído das mágoas.
Consideravam-no tonto.
Mas ele, sentado no degrau de pedra,
desenhava no chão o silêncio
de um tempo demorado
onde se improvisam
os pensamentos indefesos.
Graça Pires
Em A solidão é como o vento, 2020, p. 59
Se quiserem ouvir o poema dito pelo meu filho Pedro no vídeo da minha filha Ana podem fazê-lo aqui:
https://youtu.be/FVTBMZKFzx0