Seleccionar o ângulo de um rosto, sem lhe macular a luz, como se, a meia voz, pudéssemos reter os múltiplos reflexos do júbilo e das mágoas.
29.4.10
22.4.10
A Poesia andou na rua
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Os barcos têm sede: falta mar.
Os lenços não respiram: falta vento.
Que outro (a)mar das marés do teu olhar
me tragam ao país a que pertenço.
Os vidros têm fome: faltam cravos
assomados às janelas do futuro.
Da teia dos meus dedos farei barcos.
Serão velas as palavras que procuro.
Hugo Santos
In: Armas de (a)mar. Lisboa: Ulmeiro, 1988
15.4.10
Em seara alheia
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sabes, mãe. uma asa não deixa de bater
porque cai do corpo de um pássaro.
o nome que nos dão, ao nascer,
fica nos retratos, nos envelopes intactos,
nos poemas que hás-de escrever.
às vezes, é o medo que escreve,
outras é o vento, quase sempre
é o vento que escreve, mãe,
quase sempre é o medo.
Alice Macedo Campos
In: Um cão em cada dedo.
Este poema foi-me carinhosamente dedicado pela Alice num momento irremediável da minha vida. Obrigada, minha amiga.
8.4.10
2.4.10
Na data prevista
Maria Clarinda
Na data prevista, desfez-se a noite
em sombras autobiográficas.
Demandei, por isso, o mais distante navio
para alcançar a geografia das sílabas
e conquistar um silêncio
tão propício à evasão
como um planar de pássaros sobre o mar.
Graça Pires
em sombras autobiográficas.
Demandei, por isso, o mais distante navio
para alcançar a geografia das sílabas
e conquistar um silêncio
tão propício à evasão
como um planar de pássaros sobre o mar.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
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