o alvoroço das pernas e dos braços,
à altura de toda a fascinação.
Pausadamente.
Adequando o lentor do lanço ao espasmo,
no seguimento de mim.
E dançava.
Incansavelmente dançava.
No prodígio exacto de uma nostalgia
tangível à imensidão do assombro
quando me desagregava flutuando,
ou sobre as tábuas me agitava como náufraga.
De meus sortilégios mais nómadas
tangi os fios do som para flutuar o vulto
da alma, como se voasse em chamas.
Graça Pires
De Jogo sensual no chão do peito, 2020, p. 32