12.9.22

Fala-me da tua infância

Cristina García Rodero

Fala-me da tua infância 
para que eu possa procurar a minha. 
Onde está o berço, a cambraia, 
a saliva na teia dos dedos? 
Diz-me, conta-me os lugares 
e os jogos da tua meninez. 
Quais as brincadeiras, 
os heróis, as teimas? 
Deixa-me partilhar contigo 
o cume da montanha 
onde te escondias, sem ruído, 
nos detalhes do horizonte. 
Permite que o manancial de teus olhos 
se derrame nos meus olhos, 
para que os dias não cubram de secura 
a memória da água. 

Graça Pires 
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 29

50 comentários:

chica disse...

UAU! Que linda poesia! E há tanto a falar das infâncias...Boas e ricas lembranças em cada detalhe! A foto linda também!

beijos, ótima semana! chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei deste belo poema.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Marta Vinhais disse...

As memórias de infância partilhadas... os sonhos e os desejos escondidos...
Para sermos felizes...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

brancas nuvens negras disse...

A sua poesia é de uma sábia e criativa inspiração. As suas publicações são das que merecem destaque neste panorama de blogues. O poema de hoje é de grande sensibilidade.
Um abraço.

Maria João Brito de Sousa disse...

Esplêndido poema, Graça!

O meus sonetos - sobretudo os sonetos - não deixam que se "cubra de secura a memória da água".

Já perdi a conta àqueles em que falo da minha infância. Mas sem lágrimas, Graça, sem lágrimas, que mulher que perdeu um filho e lhe sobreviveu trinta e três anos, esgotou-as há muito tempo.

Um beijo

Roselia Bezerra disse...

Querida amiga Graça, boa tarde de paz!
Tempo bom tão belamente retratado em seu poema tão vivencial.
Brincar era nosso ofício e o tempo que sobrava dos estudos era para dar asas à imaginação.
Parabéns pelo dom de pôr em palavras o que vivemos no tempo, por excelência, perfeito.
Tenha uma semana abençoada!
Beijinhos
😘💐

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Graça,
Minha infância foi
o necessário pra e sobreviver
a adolescência.
Tenho recordações ótimas
e vou levando a meninisse comigo
mesmo já com quase 60 anos.
Lindo texto.
Bjins de boa nova semana.
CatiahoAlc.

Caderrno de San disse...

Quanta poesia derramada neste poema. Intraduzível a beleza das imagens dos "tempos que não voltam mais". Muito bela a sua representação, minha amiga Graça!
Uma boa semana!
Um beijo,

Jornalista Douglas Melo disse...

Querida amiga Graça,
Parece que o tema da idade lúdica nos "pegou de jeito".
Quem dera a juventude fosse eterna, mas, tudo na vida é sazonal.
Beijos e que tua semana seja suave!!!

A.S. disse...

Ah! que beleza!
Apenas digo:
Na infância... Bastava sol lá fora e o resto se resolvia.

Uma boa semana com muita saúde minha Amiga Graça.
Um beijo!

Cidália Ferreira disse...

Um poema extraordinário.. Amei...
As brincadeiras doutros tempos eram tão sodáveis!

-
Deambulam pensamentos ...

Beijo, e uma excelente semana.

lis disse...

Ah como a infância deixa marcas e saudades!
Um encanto seu poema, Graça
Obrigada por fazer-me ninar enquanto procuro meu berço ...
grande e feliz semana, amiga
fica beijinhos

Regina Graça disse...

Tão bom... Lendo o seu poema, amiga Graça, ainda me apetece brincar!

Beijinhos, boa semana

ManuelFL disse...

Adorei o poema e a fotografia.

Graça, é como se estivesses a falar comigo, porque me encontrei em cada palavra do poema.

Um beijo

Emília Pinto disse...

Fizeste-me recuar no tempo e voltar àquela casinha, na aldeia onde nasci e vivi até constituir familia, casinha que ainda resiste de pé, mas vazia de gente. Sem os exageros e abundância dos nossos dias, tive uma infância feliz; tinha o " suficiente" e, o mais importante, muito amor por parte dos meus pais que fizeram tudo para que, numa época tão dificil, os dois filhos estudassem. Hoje, não há criança com a fome que eu via na minha aldeia, mas há " olhinhos tristes " pelo abandono a que são votados, mesmo tendo os pais em casa. E depois temos todos os outros , mortos pelas guerras, violentados por todo o tipo de sordidez, jogados no lixo mal saem do útero da parideira que não pode ser chamada de mãe. E a irracionalidade humana é tanta, Graça, que a meninice de muitas crianças será uma fase que não quererão sequer lembrar que existiu. Algumas conseguem superar e tornam-se cidadãos responsáveis e felizes, mas a maioria ficará com o coração a sangrar pelo resto da vida Poema belissimo que nos leva a reflectir no mal que o nosso mundo faz às crianças. Obrigada, Amiga e, já de volta desde o dia 9, tentarei, rapidamente, voltar ao contacto com os meus Amigos . Espero que estejam todos de saúde aí em casa. Beijinhos
Emilia 👏 🙏

Mário Margaride disse...

Boa Tarde, amiga Graça.
Sublime poema,onde a infância está aqui bem retratada nestas belas palavras.
Gostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Franziska disse...

No sabía que esta magnifica fotográfa escribía también poesía. Creo que tiene razón porque somos lo que fuimos en la niñez, es una verdad sin duda alguna. Gracias por compartirlo. Un abrazo.

carlos perrotti disse...

Este gran poema, Graça, me retrotrae a mi infancia, me sensibiliza y me provoca identificación. El objetivo de tus versos seguramente está logrado, amiga. Chapeau!!

Abrazo grande, Poeta. Todo lo mejor para vocé!!

bea disse...

Tão bonito, Graça, "onde te escondias, sem ruído, nos detalhes do horizonte". A voz dos poetas é sempre outra voz.
Boa semana

Ana Bailune disse...

Que lindo!
Falar da infância é escrever um livro...

pensandoemfamilia disse...

Que poema! assim é na entrega do outro nos entregamos e a infância sempre nos traz tantas recordações e conexões com contiunamos a er.

Amei. bjssss

Laura. M disse...

Foto preciosa que poco se ve ahora. Una época que vivimos muy feliz disfrutando con amigos y muchos juegos. Gracias por tan lindas palabras
Buena noche Graçá.
Un abrazo.

Fatyma Silva disse...

Linda poesia, Graça!
Que nunca esqueçamos as ricas memórias da infância!
A foto em si já é uma boa recordação.

Boa semana

Beijinhos

Maria Emilia B. Teixeira disse...

Boa noite Graça Pires,
" Fala-me da tua infância
para que eu possa procurar a minha."
Linda sua escrita. Beijos.

J.P. Alexander disse...

Que poema tan dulce y melancólico. Te mando un beso.

Os olhares da Gracinha! disse...

É muito bom falar da infância 😘

Luis Eme disse...

Eu falava, mas já disseste quase tudo, Graça.

E em bonito. :)

abraço

Olinda Melo disse...

A infância, lugar de memórias a que
sempre voltamos.
A partilha dessa parte das nossas
vidas com companheiros de brincadeiras
constitui uma bênção.
Ainda assim, diz-se que há uma criança
no nosso íntimo que nos permite ver
o mundo com singeleza, por vezes.

Boa semana, querida amiga Graça.
Beijinhos
Olinda

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde Graça
Todos nós temos lembranças boas (e más ) da nossa infância.
O teu poema já nos transmite tudo.
Muito belo e comovente.
Desejo uma semana abençoada com muita saúde.
Um beijo
:)

Maria Rodrigues disse...

Um poema sublime que me fez recordar os meus tempos de infância.
Tempos mágicos, que ainda hoje alegram o meu coração quando neles penso.
Beijinhos

teresa p. disse...

Poema encantador sobre a infância. As memórias desse tempo nem sempre são felizes, mas quando acodem à memória são muito reconfortantes e restiuem, por momentos, o estado de graça de então.
A foto é deliciosa e nostálgica. Gostei muito do poema e da foto.
Beijo.

manuela barroso disse...

Fala, fala-me da tua infância!
Primeiro queria anuir contigo todas as brincadeiras comuns: E que alegria na simplicidade dos nadas com que nos deliciávamos.
Depois, quero mergulhar no teu Poema e nadar os meus momentos nessa "memória da água".
Tão belo, Graça. querida amiga!
Abraço!

Luiz Gomes disse...

Boa tarde. Desejo uma ótima tarde de Terça-feira minha querida amiga Graça. Falaste de forma única e especial sobre a infância, texto maravilhoso minha querida amiga.

orvalhos poesia disse...

De grande beleza este poema, tecido de belos sentimentos! Fala dum período que me vem muito à memória, os meus brinquedos eram as flores, os pedacinhos de louça quebrada que encontrava, era o divertimento nas águas do rio, nunca tive brinquedos, mas subia às árvores e era livre como uma borboleta, e volto lá sempre com um sorriso, porque é certo que fui amada e cuidada. Adoro seus poemas! Quero também agradecer-lhe muito as palavras que me deixa, bem haja. Beijinho, boa semana.

nnuno

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida...As recordações da criança que fomos é sempre uma terna saudade,uma doce recordação. Um beijinho

São disse...

A infância ... esse período dourado onde todas as crianças deveriam ser felizes!

Te abraço, querida Amiga

alberto bertow marabello disse...

Molto bella. Andiamo alla fonte, andiamo all'origine la mia e la tua, e andiamoci assieme.
Brava amica Poetisa.
Buona settimana, um beijo

Manuel Veiga disse...

belo, POET ...
Éno outro que dicraframos os nos pequenoos "novelos"
da vuda,,,

gostei muito

beijo

Rogério G.V. Pereira disse...

Mereces o meu livro
dá-me a tua morada

Jaime Portela disse...

É sempre bom recordar a infância.
Excelente poema, como sempre.
Continuação de boa semana, amiga Graça.
Beijo.

Ana Tapadas disse...

A infância, esse lugar de ouro! Belo poema.

Beijo amigo

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça,
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Rogério G.V. Pereira disse...

Falar de infância...
Bora lá!
Domingo, amamnhã de manhã, estarei na esplanada do Limo Verde, computador aberto e livrinho em cima da mesa
Se puder, apareça
Caso não, ele chegará à sua caixa do correio

Beijo

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Graça,
um belíssimo poema nessa busca insistente,
em todos nós, da infância saudosa. Parabéns,
poeta amiga! Votos de um bom domingo e de uma
ótima semana.
Beijo.

Fá menor disse...

Belíssimo, tanto as palavras, como a foto escolhida para as ilustrar, na qual me perdi a olhar.

Beijinhos e boa semana!

Tais Luso de Carvalho disse...

Belíssimo poema, minha amiga, e quem de nós
não sente saudades das brincadeiras, das amigas,
dos lugares esquisitos que desvendávamos e saíamos
correndo e rindo...
É uma fase de nossas vidas que nunca esqueceremos,
éramos cuidados, acarinhados, dá saudades, sim!
Um beijinho e uma feliz semana, querida Graça.

Agostinho disse...

Simples, cristalino como a vidraça da infância, olhos postos nas "correrias" das andorinhas. Vieram-me memórias da janela da avó.
O poema é um afago sem idade.
Com um beijo grato, saúde e alegria, Amiga Graça Pires.

Carlos Augusto Pereyra Martínez disse...

Vaya saudade de la niñez, de los juegos y lo que mejor la define: la brincadera. Un abrazo. Carlos

Parapeito disse...

Tão belo e comovente.
Foi uma viagem no tempo à infância que já la vai.
A fotografia é lindíssima.
Que mais posso dizer !
(Dá vontade de ficar por aqui ).
Abraço e brisas doces ****

Ana Freire disse...

Um momento poético tão especial, que nos remete a todos para a nossa infância!... Tanto através das suas poéticas palavras... como através da imagem, que não poderia ter sido melhor escolhida...
Tudo muito belo, Graça! Beijinhos!
Ana