10.3.08

No olhar, um barco

Richard Price

Surpreendida pelo ideário
de um marinheiro sem rota,
o meu olhar abrigou um barco
e reaprendeu, sem dificuldade,
os mesmos gritos dos nómadas.


Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997

22 comentários:

Anónimo disse...

também a mim me apetece gritar, querida graça. mas não é infelizmente de forma tão poética como aquela que as suas belas palavras exprimem. agradeço a sua solidariedade. um grande beijinho.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Assim como a vontade, as palavras nos levam a lugares sem rumo.
Lindo poema.
Lindo dia pra você.
Como faço para adqurir teus livros? Já procurei e não achei aqui no Brasil. Em qual site consigo comprá-los aí?
Abraços poéticos deste lado de cá do oceano.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um poema tão bonito e tão profundo...

beij

isabel mendes ferreira disse...

Graça....obrigada!!!!!



entre voltas e voltas foi sempre bom encontrar-te.


como um olhar. seguro.



beijo. se até breve.

De Amor e de Terra disse...

Pode até ser pequeno;
no valor não tem medida
e nunca será pequeno
se nele cabe a vida!...

Beijos

Maria Mamede

Anónimo disse...

É bom saber aprender, saber olhar saber ver, melhor é reencontrarmo-nos...
:)
BJo doa Semana

Paula Raposo disse...

O barco sugere-me água. A água é vital. Gostei de te ler. Beijos.

hfm disse...

Da beleza de todas as palavras e da cadência o que mais me tocou foi a palavra final - tão forte, tão bela, tão sonora, tão própria para uma síntese.

Luis Eme disse...

São tão fáceis de adaptar os ideários dos marinheiros e dos nómadas...

a Liberdade anda sempre na fila da frente...

Beijo Graça

São disse...

Um dos teus mais conseguidos poemas!!
Abraços.

Isamar disse...

O nosso olhar vai até onde a nossa alma pode caminhar e abriga os amigos do coração.
Que lindo poema!
Ser nómada é ser sonhador.

Beijinhosssss

Luna disse...

Por vezes apetece gritar
Bem dentro de nós
Para nos encontrarmos

Beijinhos
luna

Manuel Veiga disse...

e no teu poema voa o grito livre das gaivotas...

gostei muito.

Só- Poesias e outros itens disse...

Graça,
um poema de direções e descobertas,
sempre novo e diferente a cada viagem.
Lindo poema.

obrigado pela visita no meu blog e pelas gentis palavras.

bjs.

Ju gioli

Mar Arável disse...

Uma mão cheia de destinos

bjs

Teresa Durães disse...

lindo poema. os gritos dos nómadas fazem-nos lembrar a nossa mesquinhez

Anónimo disse...

Os barcos fazem-se ao mar e o olhar fica refém do horizonte...
Beijo.

Teresa P.

Anónimo disse...

É curioso, as imagens do poema são aquáticas, mas o que chama em mim é um apelo ao desprendimento e à transumância em terra firme. Voltar a um tempo inaugural, a uma linguagem primeva e bárbara. E livre! Ulisses espreita, mas a voz que eu escuto vem da terra, das florestas e das montanhas. É engraçado como os poemas nos interpelam às vezes tão de viés.
Um beijo, Graça

© Maria Manuel disse...

no teu olhar, esse destino errante...

poema muito bom, Graça. um beijo.

Anónimo disse...

apeteceu-me reler, querida graça. a verdade é que há barcos felizes. que rumam de encontro às suas mãos e nela fazem uma bonita âncora de palavras. muito obrigada. um grande beijinho*

Lia Noronha disse...

Graça: que esse barco te leve sempre...pelos caminhos incontidos da poesia...amei!
Abraços mil!!!

solfirmino disse...

O leme partiu-se!
Marinheiros tristes
contam pensativos,
os mortos antigos
e os inúteis vivos.
Só conservo a minha
solidão marinha,
despojada e alheia.

(Cecília Meireles)