3.11.25

Os crisântemos

        
 



Em voz baixa
digo que os crisântemos
crescem no batimento
inquieto do coração
E são delicados
como a cambraia bordada
por mulheres caladas
que carregam no sangue
misturas insubmissas
de vida e de morte.

Graça Pires
De Talvez haja amoras maduras à entrada da noite, 2025, p.10

16 comentários:

Jaime Portela disse...

A época é de crisântemos.
Magnífico poema, como sempre.
Boa semana amiga Graça.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Graça!
Quanta delicadeza com o perfume dos crisântemos!
Mulheres caladas vestem-se de cambraias elegantes e tecem poemas assim...
Tenha um novembro abençoado!
Beijinhos fraternos

chica disse...

São lindos os crisântemos e enfeitam a vida e a morte! Linda semana!
beijos praianos, chica

Emília Pinto disse...

Querida Graça, ainda lembro dos meus tempos de criança, quando íamos ao cemitério enfeitar as " campas ". A maioria delas não tinha lápide de granito ou de mármore, como se vê agora; a simples terra cobria os que tinham partido e nós, desfolhavamos os crisântemos brancos, pétala a pétala, desenhando no meio, uma cruz com as florzinhas inteiras; era uma maneira simples e carinhosa de homenagear quem nos tinha deixado; hoje, choca-me ver a disputa que se faz no dia dos finados; todos querem mostrar os jazigos sumptuosamente enfeitados, com flores caríssimas em arranjos preparados pelas floristas. Os crisântemos são esquecidos. Choca-me, porque muitos dos que lá estão, não receberam o carinho merecido e muito menos uma simples flor do campo. Felizmente, não tenho ninguém no cemitério da aldeia onde nasci; os meus pais ficaram no Brasil, onde, felizmente, não há esta preocupação absurda com as flores em dia de finados; cada um visita o cemitério quando quer e deixa ou não uma flor. Manter limpa e cuidada a última morada dos meus pais é a única preocupação do meu irmão que ainda mora no Brasil. O resto, Amiga, não importa; as flores demos-lhes em vida, Ramos simples feitos de muito amor e de todos os cuidados necessários na sua velhice. Obrigada, querida Amiga, por trazeres aqui estas flores tão lindas e tão esquecidas que me levaram a outros tempos onde a simplicidade era muito apreciada. Beijinhos e saúde, sempre!
Emília 🌻🌻

São disse...

Época de saudades mais acesas que se transmitem através dos clássicos crisântemos...

Belo poema!

Amiga , boa semana e um excelente Novembro em óptima companhia.

Carinhoso abraço.

Marta Vinhais disse...

A suavidade, a leveza dos crisântemos no silêncio e na saudade dos que já não existem...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Não conhecia essa flor, ela é linda, bjs querida.

A Paixão da Isa disse...

Ola amiga passando para desejar uma feliz semana tudo de bom muita saude muita Paz beijinhos 😘

Luiz Gomes disse...

Boa segunda-feira e boa semana. Parabéns pelo lindo poema, minha querida amiga Graça.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde minha Amiga Graça
Um sussurro que floresce em silêncio e se entranha fundo, como se cada pétala fosse feita de memória e pulso. A delicadeza dos crisântemos encontra aqui a força das mãos que bordam destinos, revelando que a vida e a morte coexistem na mais fina tessitura da alma. Um poema de respirações quietas e intensidades secretas.
Na casa da minha mãe havia crisântemos, ao ver a foto lembrei-me da casa grande e do jardim.
Deixo votos de boa semana com saúde e harmonia.
Um beijo
:)

Regina Graça disse...

Comovida com a pureza deste Poema! Beijinhos...

Aleatoriamente disse...

Que poema forte e delicado, Graça!

Esses versos parecem pulsar entre o silêncio e a força, como se cada crisântemo guardasse a história das mulheres que bordaram o mundo com dor e beleza. Uma poesia que respira vida e resistência.

Beijinho
Fernanda

Mário Margaride disse...

Um belíssimo poema, amiga Graça. Onde os crisântemos, flores muito bonitas, nos transmitem ecos de saudades.
Gostei bastante.
Beijinhos, e boa semana com tudo de bom.

Mário Margaride

Marli Soares Borges disse...

Lindo poema, amiga Graça.
Também gosto dos crisântemos. E gostei muito da analogia que você fez da delicadeza da flor com as cambraias bordadas. É mesmo. Sei que os dois, a flor e o tecido, além de delicados são extremamente resistentes à passagem do tempo. Mas teus olhos de poeta e escrita perfeita é que os desenham e nos mostram outras dimensões.
Bjs, marli

carlos perrotti disse...

Bordados por las manoa de las mujeres y por la madre natura, qué bella instantánea nos regalas, Poeta... Magníficos versos una vez más, amiga Graça!!

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
Wonderful flowers. And special to read these words about.
Very nice!!

Many greetings,
Marco