30.11.06

Do ponto mais alto da minha infância

Karl Soderlund

Do ponto mais alto da minha infância,
talvez se aviste o mar.
Deve haver um lugar,onde os barcos
se encontram para morrer sobre as quilhas.
Quem disse que nunca chega a anoitecer
nos olhos dos que ostentam um grito de aves
no declíneo das pálpebras ?
Com os pés exilados, guardo, no regaço,
os ventos e as sombras, para amparar as dunas:
tão frágeis à hora do poente.

Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003

1 comentário:

Lília Tavares disse...

Amiga, levo tudo: poema e imagem.
Beleza imensa!
Beijinho.
Lília