21.7.25

No culto da palavra

Silena Lambertini

Continuarei a definir o exíguo espaço 
de uma errância no culto da palavra. 
Habita-me a expectante mudez 
de um náufrago preso ao barco que o salva.
Escavo o traçado 
de um alfabeto de subtil simbologia. 
Como deriva de âncoras sem retorno, 
ou um sacramento, ou uma gíria mística, 
ou uma vaga promessa de alegria, 
protejo na bainha do texto 
uma sintaxe quase sagrada.

Graça Pires
De Antígona passou por aqui,2021, p. 52

3 comentários:

Jaime Portela disse...

Não há naufrágios nas suas palavras..
Excelente poema.
Graça, tenha uma boa semana.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Graça!
Lendo o que sempre escreve, não ficamos à deriva.
A palavra é sagrada.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos

Luiz Gomes disse...

Bom dia. Uma excelente segunda-feira. Segundo dia da semana. Que seja cheio de novas realizações. Obrigado pelo excelente poema, minha querida amiga Graça.