21.7.25

No culto da palavra

Silena Lambertini

Continuarei a definir o exíguo espaço 
de uma errância no culto da palavra. 
Habita-me a expectante mudez 
de um náufrago preso ao barco que o salva.
Escavo o traçado 
de um alfabeto de subtil simbologia. 
Como deriva de âncoras sem retorno, 
ou um sacramento, ou uma gíria mística, 
ou uma vaga promessa de alegria, 
protejo na bainha do texto 
uma sintaxe quase sagrada.

Graça Pires
De Antígona passou por aqui,2021, p. 52

9 comentários:

Jaime Portela disse...

Não há naufrágios nas suas palavras..
Excelente poema.
Graça, tenha uma boa semana.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Graça!
Lendo o que sempre escreve, não ficamos à deriva.
A palavra é sagrada.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos

Luiz Gomes disse...

Bom dia. Uma excelente segunda-feira. Segundo dia da semana. Que seja cheio de novas realizações. Obrigado pelo excelente poema, minha querida amiga Graça.

chica disse...

Tuas palavras sempre nos fazem navegar e esperançar de não naufragar!
Linda poesia e imagem!
beijos, chica

Jovem Jornalista disse...

Palavras cortantes e fortes. Gostei de ler e de comentar.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Marta Vinhais disse...

Continuamos a navegar e a voar nas palavras...
Beijos e abraços
Marta

Mário Margaride disse...

As suas palavras nunca se afundam no mar do esquecimento. Flutuam sempre bem presentes na essência de todos nós.
Gostei bastante, amiga Graça.

Beijinhos carinhosos, e boa semana, com muita saúde e paz.

Mário Margaride

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Lindo poema, que as palavras sejam profundas de ricos aprendizados, bjs querida.

carminho disse...

Fiz dos seus poemas o meu barco. Obrigada Graça