Georges de La Tour
Uma chama oculta e perturbada
tange as cítaras de água‑viva
que transportam em asas invisíveis
todos os silêncios,
depurando a claridade
no reflexo das sombras.
Fixo a obliquidade dessa chama,
perturbada e oculta,
à espera de uma promessa,
de um milagre, de um ritual
Fixo a obliquidade dessa chama,
perturbada e oculta,
à espera de uma promessa,
de um milagre, de um ritual
que me salve das palavras
sem significado algum.
Escrevo o meu nome
sobre o martírio de antígona
para não ser punida por deuses
ciosos da minha consciência.
Escrevo o meu nome
sobre o martírio de antígona
para não ser punida por deuses
ciosos da minha consciência.
Graça Pires
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 72

2 comentários:
Os deuses estão sempre à espreita...
Excelente poema, gostei de ler.
Boa semana amiga Graça.
Um beijo.
Há sempre uma chama oculta em nós, pronta a iluminar e aquecer, a nossa solidão.
Belo poema, amiga Graça. Gostei bastante.
Beijinhos e feliz semana, com tudo de bom.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
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